sexta-feira, 14 de novembro de 2014

BALANÇO SOBRE AS REUNIÕES PÚBLICAS DA PREFEITURA EM 2014

COLETIVO NOSSA CIDADE

BALANÇO SOBRE AS REUNIÕES PÚBLICAS DA PREFEITURA EM 2014

A história, só para lembrar
Passado o conturbado processo do Plano Diretor Participativo - PDP, iniciado em 2006 e que se arrastou por mais de sete anos, ao longo de três mandatos de Prefeitos, cinco Superintendentes do IPUF e quatro Ministros do Ministério das Cidades, o que, por si só é um verdadeiro escândalo, o que se viu ao longo desse ano foi mais um festival de ‘faz de conta’, de franca maquiagem democrática e participativa. Nos últimos anos o Estatuto da Cidade foi solenemente ignorado.

Déficit democrático e legal
Uma Ação Civil Pública – ACP, impetrada pelo Ministério Público Federal a pedido de inúmeros movimentos sociais e lideranças ligadas ao extinto Núcleo Gestor Municipal do PDP, teve sentença favorável na Justiça Federal de Florianópolis, obrigando a Prefeitura a realizar 13 Audiências Públicas, reconvocar o Núcleo Gestor Municipal e depois enviar o resultado novamente para a Câmara, coisa que a Prefeitura havia ‘driblado’ em 2013 ao destituir o Núcleo Gestor e ignorar a realização das 13 audiências públicas que aquele colegiado havia deliberado fazer em sua última reunião formal. Um recurso judicial da Prefeitura derrubou esta sentença na 2ª instância da Justiça Federal em Porto Alegre, que acolheu a falaciosa alegação da Prefeitura de que, caso se voltasse atrás no processo já consumado, a cidade ‘enfrentaria um caos’. Mesmo assim, reconhecendo evidente déficit legal e político, a Prefeitura realizou o que chamou de ‘oficinas’, inicialmente apresentadas como ‘Audiências Públicas’ mas logo renomeadas como ‘reuniões públicas’, encontros que começaram em 23 de julho e se estenderam até o dia 24 de setembro.

O prefeito optou pelos vereadores ao invés da população organizada
Aplicando esmerada ‘esperteza política’, a Prefeitura fez as oficinas para ‘escutar’ a população sobre possíveis ‘erros’ na lei do PD, aprovada que foi pela Câmara Municipal no limiar de 2013 e sancionada pelo Prefeito no início de 2014. Aqui lembramos que o Prefeito deixou de vetar (tinha poder legal para fazê-lo) dezenas de emendas apresentadas e aprovadas por vereadores que retaliaram profundamente a proposta elaborada e encaminhada pela própria Prefeitura, certamente atendendo a acordos políticos. Ao agir assim, ajudou a desconfigurar ainda mais a proposta original, embora esta necessitasse de ajustes, muitos dos quais foram recomendados pelas comunidades ainda organizadas na reta final do PDP. Antes da votação a ‘bancada popular’ do Núcleo Gestor Municipal realizou dois concorridos seminários que redundaram na aprovação de um detalhado documento relacionando as emendas desejadas por parte das comunidades, e entregue a tempo a todos os vereadores, ao Prefeito e ao Secretário da SMDU e Presidente do IPUF.

Escondendo a cara das pessoas
A bateria de ‘reuniões/assembléias’ acontecidas no segundo semestre de 2013, antes da votação, já foram um autêntico festival de faz-de-conta, propositalmente esculhambadas para promover um cenário onde imperava a solução de quem ‘falava mais alto no salão’. Agora a Prefeitura contratou até mesmo ‘moderadores’ para coordenar as tais oficinas, função política que não passou de mera apresentação da ordem do dia e fazer confetes diplomáticos. E, como no ano anterior, também não houve controle de tempo de fala e, ao final de cada oficina, a equipe recolhia as ‘sugestões’ para o corpo técnico do IPUF analisar com a promessa de posteriormente responder aos proponentes a solução adotada para cada caso. Nesse cenário, foram raríssimas as propostas advindas de coletivos organizados, associações comunitárias ou entidades dos movimentos sociais, predominando sugestões de foro individual com evidente caráter econômico, via de regra propondo alterar índices construtivos deixando-os menos restritivos do que aqueles apresentados nos mapas.
Patrola da especulação sobre as comunidades organizadas
Para quase todas as oficinas empresários da construção civil, ou simples candidatos a tanto, arregimentaram pelotões de empregados e asseclas para pressionar os técnicos do IPUF ali presentes para apoiarem suas ‘sugestões’, promovendo claques e gritos de guerra ao estilo da mais rastaqüera torcida organizada. Uma vergonha.

A nossa avaliação
A exemplo do que ocorreu no Plano Diretor Participativo, quando pessoas ligadas ao nosso coletivo estiveram presentes ao longo de todo aquele penoso processo de sete anos, também desta vez membros do nosso grupo marcaram presença em 15 das 21 oficinas realizadas, o que nos emprestou a correspondente credibilidade para avaliarmos e apontarmos as falhas e contradições, além de sempre defendermos as comunidades e a natureza, a democracia participativa autêntica e a correta aplicação da legislação urbana e ambiental. A luz do que observamos, nós acreditamos que os ‘erros’ que a própria Prefeitura admitia existirem nos mapas aprovados pela Câmara e posteriormente sancionados, ainda que sejam parcialmente corrigidos, venham se apresentar impregnados por ‘retalhos de zoneamentos’ sugeridos por indivíduos no âmbito dessas oficinas. Ficou claríssimo que o processo atual careceu de uma metodologia que priorizasse demandas coletivas, fator que inquestionavelmente comprometeu a sua legitimidade. Em verdade, não houve sequer ‘oficinas’, já que os encontros não passaram de mera coleta de sugestões para operar alterações nos mapas. Tudo o que ocorreu ficou muito distante do processo produzido nos anos de 2007 e 2008, aquele sim resultante de uma discussão bem organizada pelas comunidades e sob a gestão plena do Núcleo Gestor Municipal. Nossa atuação nas oficinas do corrente ano foi no sentido de resgatar questões aprovadas pelas comunidades naquele processo anterior que ainda não constavam nos mapas apresentados ou foram simplesmente eliminadas por via de emendas de vereadores durante a votação ao final do ano passado.

Olhando para o futuro
O que nos preocupa é o que está por vir com o que a PMF produzirá com esta ‘coleta de sugestões’ feita nas oficinas: certamente um pacote de emendas que, ao que tudo indica, será enviado à Câmara Municipal no final deste ano, informação esta dada publicamente pelo próprio Secretário da SMDU. Ignorando totalmente as comunidades, novamente se instalará o perverso jogo de barganha entre o poder econômico da especulação imobiliária e o expressivo conjunto de vereadores que se alinha com ela. Assim aconteceu quando da aprovação do PDP ao final do ano passado, episódio vergonhoso que maculou o espírito republicano ao ignorar as mais elementares regras legislativas, assim como a legislação ambiental e urbana, especialmente no que diz respeito ao Estatuto da Cidade.

Nosso chamado
Para evitarmos que o pior venha acontecer novamente, ou seja, que vejamos a cidade ser ‘brindada’ com outro pacote de maldades produzidas pela ‘bancada do concreto’ na Câmara Municipal, ao invés de obtermos alguns avanços corrigindo sérias deformações hoje constantes na lei do PD, precisamos ficar alertas e nos unir na defesa as prioridades apresentadas pelas comunidades e entidades organizadas na nossa cidade. Como se vê, a luta não acabou com a aprovação da lei do Plano Diretor. Visite também nosso blog e compareça a uma reunião do Coletivo Nossa Cidade. Você é nosso convidado.

Florianópolis, outubro de 2014

Facebook: Coletivo Nossa Cidade Florianópolis


BLOG: coletivonossacidade@blogspot.com.br

domingo, 7 de setembro de 2014

A NOSSA PÁTRIA É A NATUREZA!

O COLETIVO NOSSA CIDADE teve o prazer de apoiar e participar do evento realizado pelo COLETIVO SOMA: A NOSSA PÁTRIA É A NATUREZA!

Um Sete de Setembro, dia de comemoração faz-de-conta, foi transformado em dia de real confraternização com quem de fato acredita na independência e na liberdade, e mais... com quem de fato ama esta terra e a quer protegida e respeitada pelo que ela tem de mais belo: sua natureza!

Na mira de especuladores que estao fazendo de tudo para expulsar a populaçao local e "limpar" a área para a implantaçao de um resort, o Coletivo Soma ( Somos Praia do Matadeiro) resolveu aproveitar a data para dar visibilidade ao movimento de proteçao da natureza e da comunidade consolidada na Praia do Matadeiro. 

Representantes do povo Guarani lá estiveram para lembrar que a luta dos Guaranis pela homologação de suas terras no Morro dos Cavalos é símbolo da luta pela preservação da vida desse povo, luta pela preservação da natureza, luta contra a ganância dos predadores da especulação imobiliária em conluio com o poder público.

Além deles, também houve apresentaçao da Orquestra Social de Florianópolis sob a regência do simpático Maestro Carlos Alberto Vieira que encheu o salão com boa música e graça!

Acompanhe o SOMA! Pela preservação da natureza e da comunidade da Praia do Matadeiro!

https://www.facebook.com/paulo.decastro.1238?fref=ts








quarta-feira, 6 de agosto de 2014

DIA 30/07 - REUNIAO DA PMF/IPUF EM COQUEIROS/ABRAÃO/CONTINENTE NO IFSC E NO BAIRRO DE FATIMA


IFSC- 30 pessoas
BAIRRO DE FATIMA- 12 PESSOAS
Divulgação pífia

Não vamos perder tempo tentando encontrar diferenças entre os dois encontros, não!
O relato pode ser unificado com tranqüilidade!

Ora denominadas “oficinas” ora “reuniões”, além de também qualificadas por um vereador como "audiências públicas", os tais encontros com a prefeitura-IPUF, em ambos os casos, tiveram seu início com mais uma apresentação da mesa seguida de um bloco de "defesa das sugestões" dos proponentes, posterior inscrições e falas e finalização com as nobres respostas da mesa!

Houve várias reclamações por parte do plenário, propostas de mudanças e considerações sobre a forma e conteúdo dos eventos em andamento, bem como promessas da mesa de que as sugestões apresentadas seriam avaliadas pela empresa de Camboriu contratada para realizar os trabalhos doravante!

Ops, empresa?!

Sim. Essa foi a maior novidade da noite!

A partir de agora os trabalhos da mesa nesses encontros estarão sob responsabilidade de uma empre$a contratada pela PMF (???).

A justificativa é que IPUF-PMF ficam muito expostos (!!!) e que a tal empre$a terá melhores condições (???) de fazer a triagem das propostas que serão incluídas nos remendos do plano diretor aprovado...

Sem mapas adequados nem uma metodologia de oficina, as propostas e respostas não contaram com nenhum tipo de registro oficial que permita acesso público posterior. A regra impingida foi a de que teremos que confiar na promessa de gogó de que as propostas ali feitas terão sua pertinência "rigorosamente avaliada" pela empresa!


 Assim, sem mais nada de novo, ocorreram mais duas reuniões naquela noite, apenas com lista de presença e sem Ata, para a prefeitura contabilizar em sua lista de infinitas “audiências públicas” de brincadeirinha!

segunda-feira, 28 de julho de 2014

Relato e Avaliação da Reunião Geral Centro Dia 23/07 - Teatro UBRO

Entrega de Material Técnico sobre o Plano Diretor de Florianópolis. Explanação sobre o Plano Diretor, seus horizontes e Implementação

A reunião promovida pela PMF no Teatro da UBRO na quarta à noite contou com cerca de 30 pessoas.

Mostrando, uma vez mais, falta de organização e desrespeito com os cidadãos, soube-se lá, que o evento que ocorreria na mesma data em outro local fora cancelado e que os moradores da Coloninha e Capoeiras não foram avisados, deixando-os perplexos e revoltados. Como argumento, o nobre secretário Dalmo esquivou-se dizendo não entender o que havia acontecido, já que era para alguém da competente equipe ter avisado a população em questão sobre a mudança de local para o IFSC.

Seguindo um roteirinho bem fabricado - com uma apresentação introdutória vaga, consulta às novas sugestões dos participantes (com nobres respostas do iluminado e bondoso secretário) e por fim, momento bem abreviado de livre manifestação dos participantes- o evento da noite apenas confirmou a análise feita por este coletivo, que denuncia o jogo de faz-de-conta democrático de Dalmo Vieira e seus pares, bem como o tal 'ajuste' que o governo agora é obrigado a fazer na lei do PD.

Em suma, a reunião foi uma repetição da última ocorrida no IFSC. Repetição do jogo de faz-de-conta, do 'consultismo' e da 'participação de mentirinha' que tem caracterizado as mais de tantas 'audiências públicas' que a PMF “arrota” ter realizado nesses 7 anos de debate do falecido PDP.




AUDIÊNCIAS PÚBLICAS, REUNIÕES, OFICINAS OU O QUÊ, AFINAL?


No final do ano passado o prefeito Cesar Souza Jr anunciou que a PMF realizaria “audiências públicas” neste ano de 2014, mesmo tendo o juiz determinado que o novo plano diretor aprovado pela Câmara de Vereadores era válido e que “novas” audiências não seriam necessárias. Passadas as festas de final de ano a prefeitura adotou novo termo e apresentou um calendário, anunciando que realizaria "reuniões" nos distritos.

Diante da aparente indecisão ou do descaso com relação ao significado e função de cada uma delas, vale lembrar que na politicagem e no mimetismo político não existe inocência ou indecisão.

O anúncio inicial de que realizariam de audiências públicas teve por objetivo dar um tom mais solene de legalidade aos encontros, como se a prefeitura estivesse “concordando” com aquela decisão do Núcleo Gestor Municipal ignorada e descumprida pelo próprio governo municipal, logo antes de dissolver arbitrariamente o coletivo antes mesmo da finalização do processo do plano diretor. Só que como nem prefeitura nem IPUF querem nem jamais quiseram APs (deliberativas), o uso do termo "audiências públicas" foi estrategicamente usado por tempo calculado- só mesmo para enganar trouxa ou confundir os cidadãos.

A denominação “reunião” foi adotada em seguida com maior intensidade, desta vez com o intuito de descolar a atual administração de Cesar (o imperador) e seu fiel escudeiro, Dalmo Veira, do ranço antipático que se impregnou ao nosso pobre processo do PD (finalizado sem P mesmo). Além disso, o tom de informalidade (incabível e descabido) que vem colado com a palavra “reunião” teve por finalidade dar uma cara de festinha conciliatória para amaciar pessoas cansadas dos rolos criados (pelo próprio poder público, diga-se de passagem) no decorrer do processo do PD (com e sem o P final). Reuniões trazem consigo artificial ar de leveza esborrifado com perfume (falsificado, assim o sabemos). Aquele tom cafajeste de "vem conversar com papai, vem!" que as pessoas mais inocentes ou ignorantes podem acreditar serem palavras amigas, mas que os mais avisados reconhecem nesse “jeitinho amigo” o "pega trouxa safado".

O termo “oficina” finalmente passou a ser adotado, agora de forma definitiva, nos encontros da PMF nos distritos que iniciaram no dia 16 de julho.
Afirmam PMF e IPUF que a finalidade delas é dar continuidade à auscultação dos "desejos" e "anseios" da população, já que, como diz Seu Dalmo, “plano diretor é uma discussão permanente” – distorcendo cinicamente a lei do Estatuto da Cidade, uma vez que legalmente, essa revisão do plano diretor deve acontecer a cada cinco anos - daí as palavras “discussão permanente” e não meses após sua aprovação apressada na Câmara de Vereadores e promulgação como lei.

Mas, por que oficinas?

Numa rápida busca no Google, encontramos como definição o seguinte:

Oficina - Ambiente destinado ao desenvolvimento de aptidões e habilidades, mediante atividades laborativas orientadas por profissionais capacitados, e em que estão disponíveis diferentes tipos de equipamentos e materiais para o ensino ou aprendizagem, nas diversas áreas do desempenho profissional. (http://pt.wikipedia.org/wiki/Oficina)

Seria muito interessante se fosse verdade. Infelizmente, nenhum dos encontros realizados pela PMF-IPUF trouxe quaisquer sinais de que teremos oficinas reais! Nem material apresentado que estimule ou capacite seus participantes nas questões do planejamento urbano, quanto mais produzir qualquer tipo de debate.

Na mais nova “forma de participativo” maquiavelicamente inventada, a mesa fala muito, o povo só pode fazer uso de tempo muito mais exíguo e tem seus descontentamentos e perguntas apresentados por escrito! Para completar o circo, temos que nos encontros que já ocorreram, o que mais se viu foram demandas trazidas em função de interesses claramente particulares, e não coletivos ou de comunidades, os quais, via de regra, colidem com os primeiros. E é a isso que o poder público insiste em tratar como sendo “participação popular” em um processo “participativo”.

Para fechar com chave-de-ouro, a maioria das questões apresentadas ao invés de serem efetivamente debatidas com o plenário, terão suas respostas publicadas no site da prefeitura, sem direito a réplica... 

Assim, quanto mais se observa, mais se conclui que essas tais oficinas nada mais serao do que mais um artifício para driblar um judiciário viciado e a empobrecida opinião pública, colocando mais pedras e entulho sobre o processo verdadeiramente democrático e participativo realizado quando das deliberações tiradas nas Audiências Públicas Distritais realizadas no início de 2008.

Ilude-se, portanto, o cidadão que vai a esses encontros achando que vai aprender ou mudar muita coisa, pois o ambiente que lá se configura nada tem a ver com o de uma oficina e deliberações também não podem ser feitas ali, já que somente as audiências públicas deliberativas permitiriam que as propostas apresentadas e devidamente votadas tivessem valor legal. E mesmo que fossem audiências públicas, como hoje o plano diretor já virou lei, quaisquer alterações só poderiam ocorrer através de uma emenda!

Assim, a PMF- IPUF deverão produzir mais um calhamaço de alterações (sabe-se lá sob que critério) para ser apresentado à Câmara de Vereadores sob forma de uma emenda de Lei do Plano Diretor!

O que? Mais “remendas”, digo, emendas? Sim... e lá no covil, digo, na Câmara! Nossa velha conhecida que tem por hábito a traição à cidade e seus cidadãos.

Qual seria então, a explicação ou função dessas oficinas?

Simples. Estratégia para limpar um pouco a imundice que a PMF-IPUF fizeram na finalização do processo do plano diretor- a vergonha autoritária que assistimos no final de 2013, quando executivo misturou suas funções às do legislativo fazendo uma verdadeira lambança ilegal regada a pornográfica enxurrada de emendas dos vereadores ao projeto apresentado à câmara.
Diante do festival de ilegalidades, agora caberiam ‘ajustes’.

E por que participar dessas “oficinas? 

Triste resposta. Para denunciar e repetir sempre o que não pode ser esquecido: como foram ignoradas as deliberações legalmente tiradas nas APs de 2008; questionar por que tanto a PMF quanto IPUF e Câmara Municipal solenemente ignoraram a Recomendação do MPF-SC (Recomendação 04/2012) sobre o descumprimento da legislação ambiental na finalização do Plano Diretor; denunciar o desmantelamento das instancias verdadeiramente participativas nas comunidades; denunciar emendas vindouras pelas mãos dos vereadores quando a prefeitura apresentar a emenda à recém aprovada lei do plano diretor de nossa pobre cidade e quem sabe, levar um pedido seu para que seja feita uma alteraçãozinha de zoneamento!

Raquel Macruz- 28/07/14





Alteração no calendário das oficinas da PMF- 2014

Reuniões Distritais: Apresentação, debate e contribuições acerca do Plano Diretor

30 de Julho (quarta-feira) – 19 horas
Oficina Pública (Estreito, Balneário, Jardim Atlântico e Canto)
Local: Biblioteca Municipal Professor Barreiros Filho – Bairro de Fátima

30 de Julho (quarta-feira) – 19 horas
Oficina Pública (Coqueiros, Abraão, Itaguaçu, Bom Abrigo e Vila Aparecida)
Local: Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC Coqueiros)

30 de Julho (quarta-feira) – 19 horas
Oficina Pública (Capoeiras e Coloninha)
Local: Centro Comunitário de Capoeiras

6 de agosto (quarta-feira) – 19 horas
Oficina Pública (Monte Cristo e Chico Mendes)
Local: CARMOCRIS (Conselho Comunitário Monte Cristo)

6 de agosto (quarta-feira) – 19 horas
Oficina Pública (Centro)
Local: Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL Centro)

6 de agosto (quarta-feira) – 19 horas
Oficina Pública (Maciço do Morro da Cruz)
Local: Sede da Embaixada Copa Lord

13 de agosto (quarta-feira) – 19 horas
Oficina Pública (Bacia do Itacorubi, Trindade e Agronômica
Local: Associação Comunitária Jardim Santa Mônica (ACOJAR)

13 de agosto (quarta-feira) – 19 horas
Oficina Pública (Saco Grande, Monte Verde e João Paulo)
Local: Associação catarinense para Integração do Cego (ACIC)

13 de agosto (quarta-feira) – 19 horas
Oficina Pública (Distrito dos Ingleses)
Local: Náutico Futebol Clube - Santinho

4 de setembro (quinta-feira) – 19 horas
Oficina Pública (Serrinha, Carvoeira e Pantanal)
Local: Conselho Comunitário Pantanal

4 de setembro (quinta-feira) – 19 horas
Oficina Pública (José Mendes, Costeira, Saco dos Limões e Carianos)
Local: Conselho Comunitário da Costeira do Pirajubaé

4 de setembro (quinta-feira) – 19 horas
Oficina Pública (Distrito Lagoa da Conceição)
Local: Sociedade Amigos da Lagoa (SAL)

10 de setembro (quarta-feira) – 19 horas
Oficina Pública (Distrito Canasvieiras e Cachoeira).
Local: Hotel Moçambique

10 de setembro (quarta-feira) – 19 horas
Oficina Pública (Distrito Campeche)
Local: Conselho Comunitário da Fazendo do Rio Tavares

10 de setembro (quarta-feira) – 19 horas
Oficina Pública (Distrito Barra da Lagoa)
Local: Conselho Comunitário da Barra da Lagoa

17 de setembro (quarta-feira) – 19 horas
Oficina Pública (Distrito Ratones e Vargem Pequena)
Local: Sixteen Clube

17 de setembro (quarta-feira) – 19 horas
Oficina Pública (Distrito Santo Antônio de Lisboa)
Local: CESUSC

17 de setembro (quarta-feira) – 19 horas
Oficina Pública (Distrito Rio Vermelho)
Local: Associação dos Moradores do Rio Vermelho (AMORV)

24 de setembro (quarta-feira) – 19 horas
Oficina Pública (Ribeirão da Ilha e Tapera)
Local: Colégio Dom Jaime Câmara (Freguesia do Ribeirão)

24 de setembro (quarta-feira) – 19 horas
Oficina Pública (Pântano do Sul e Armação)
Local: Associação dos Moradores Balneário dos Açores (ABA)


domingo, 20 de julho de 2014

Calendário das reuniões distritais da PMF

Calendário Oficial das reuniões do Plano Diretor de Florianópolis retirado do site da PMF

http://www.pmf.sc.gov.br/sites/planodiretor/?pagina=notpagina&menu=3&noti=12147





Dia 23 de Julho (quarta-feira) – 19 horas
Reunião Geral Centro - Local: Teatro UBRO, escadaria da rua Pedro Soares - Entrega de Material Técnico sobre o Plano Diretor de Florianópolis. Explanação sobre o Plano Diretor, seus horizontes e Implementação.

Reuniões Distritais: Apresentação, debate e contribuições acerca do Plano Diretor

Dia 30 de Julho (quarta-feira) – 19 horas
Oficina Pública (Estreito, Balneário, Jardim Atlântico e Canto)
Local: Biblioteca Municipal Professor Barreiros Filho – Bairro de Fátima

Dia 30 de Julho (quarta-feira) – 19 horas
Oficina Pública (Coqueiros, Abraão, Itaguaçu, Bom Abrigo e Vila Aparecida)
Local: Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC Coqueiros)

Dia 30 de Julho (quarta-feira) – 19 horas
Oficina Pública (Capoeiras e Coloninha)
 Local: Centro Comunitário de Capoeiras

Dia 06 de agosto (quarta-feira) – 19 horas
Oficina Pública (Monte Cristo e Chico Mendes)
 Local: CARMOCRIS (Conselho Comunitário Monte Cristo)

Dia 06 de agosto (quarta-feira) – 19 horas
Oficina Pública (Centro)
Local: Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL Centro)

Dia 06 de agosto (quarta-feira) – 19 horas
Oficina Pública (Maciço do Morro da Cruz) 
Local: Sede da Embaixada Copa Lord

Dia 13 de agosto (quarta-feira) – 19 horas
Oficina Pública (Bacia do Itacorubi, Trindade e Agronômica
 Local: Associação Comunitária Jardim Santa Mônica (ACOJAR)

Dia 13 de agosto (quarta-feira) – 19 horas
Oficina Pública (Saco Grande, Monte Verde e João Paulo)
Local: Associação catarinense para Integração do Cego (ACIC)

Dia 13 de agosto (quarta-feira) – 19 horas
Oficina Pública (Distrito dos Ingleses)
 Local: Náutico Futebol Clube - Santinho

Dia 04 de setembro (quinta-feira) – 19 horas
Oficina Pública (Serrinha, Carvoeira e Pantanal)
 Local: Conselho Comunitário Pantanal

Dia 04 de setembro (quinta-feira) – 19 horas
Oficina Pública (José Mendes, Costeira, Saco dos Limões e Carianos)
 Local: Conselho Comunitário da Costeira do Pirajubaé

Dia 04 de setembro (quinta-feira) – 19 horas
Oficina Pública (Distrito Lagoa da Conceição)
 Local: Sociedade Amigos da Lagoa (SAL)

Dia 10 de setembro (quarta-feira) – 19 horas
Oficina Pública (Distrito Canasvieiras e Cachoeira).
Local: Hotel Moçambique

Dia 10 de setembro (quarta-feira) – 19 horas
Oficina Pública (Distrito Campeche)
Local: Conselho Comunitário da Fazendo do Rio Tavares

Dia 10 de setembro (quarta-feira) – 19 horas
Oficina Pública (Distrito Barra da Lagoa)
 Local: Conselho Comunitário da Barra da Lagoa

Dia 17 de setembro (quarta-feira) – 19 horas
Oficina Pública (Distrito Ratones e Vargem Pequena)
 Local: Sixteen Clube

Dia 17 de setembro (quarta-feira) – 19 horas
Oficina Pública (Distrito Santo Antônio de Lisboa)
 Local: CESUSC

Dia 17 de setembro (quarta-feira) – 19 horas
Oficina Pública (Distrito Rio Vermelho)
Local: Associação dos Moradores do Rio Vermelho (AMORV)

Dia 24 de setembro (quarta-feira) – 19 horas
Oficina Pública (Ribeirão da Ilha e Tapera)
Local: Colégio Dom Jaime Câmara (Freguesia do Ribeirão)

Dia 24 de setembro (quarta-feira) – 19 horas
Oficina Pública (Pântano do Sul e Armação)
Local: Associação dos Moradores Balneário dos Açores (ABA)




sábado, 19 de julho de 2014

COLETIVO NOSSA CIDADE presente na AP da prefeitura no IFSC- Coqueiros


O Coletivo Nossa Cidade esteve presente na primeira 'Audiência Pública' de mentirinha que a Prefeitura realizou na quarta-feira à noite, 16.07.14, no auditório do IFSC, em Coqueiros.

Outras se sucederão sempre às quartas-feiras.

A farsa de democracia participativa contou com a presença de cerca de cem pessoas durante sua ocorrencia, grande parte das quais funcionários públicos municipais ligados aos órgão da PMF envolvidos no Plano Diretor.

A série dessas audiências é uma resposta política do governo imperial Cezar Souza em face à condenação judicial que o obrigou a realizar 14 audiências públicas sob a égide do Núcleo Gestor Municipal, e depois enviar novamente para a Câmara Municipal o projeto refeito pelo crivo da população, determinação do Estatuto da Cidade. Mas a Justiça Federal 'absolveu' em segunda instância a PMF de fazer as tais 14 audiências, alegando que isso já estaria superado, a estas alturas do campeonato.

A metodologia dessa primeira audiência repetiu aquela adotada nas reuniões públicas que a PMF realizou no segundo semestre de 2013, a toque de caixa, super mal convocadas, e nas quais eram colhidas 'OPINIÕES PESSOAIS' sobre o projeto da PMF, e TOTALMENTE IGNORADAS AS DIRETRIZES COMUNITÁRIAS APROVADAS EM AUDIÊNCIAS PÚBLICAS REALIZADAS ENTRE 2007 E 2008. Estas sim, amplamente convocadas e organizadas no âmbito do Núcleo Gestor Municipal, emprestando a elas inquestionável legitimidade.

Ah... importante salientar que a PMF responderá às questoes levantadas durante a tal AP... VIA EMAIL !!!!!

Repete-se, assim, a maquiagem democrática e participativa que o governo imperial quer patrocinar para contornar o estrago político causado pelos malfeitos ao PDP no ano passado. É evidente que não passa de mais um 'faz-de-conta' e, de resultado concreto, é provável que pouca coisa seja modificada no plano já aprovado e sancionado pelo Prefeito.

Se você for a uma dessas reuniões não se esqueça de protestar contra essa farsa e também lembrar as grandes bandeiras que orientaram as comunidades durante todo o processo do PDP, como a criação de novos parques naturais. Ao menos terão que ouvir isso novamente.



sexta-feira, 18 de julho de 2014

NOTA SOBRE AS AUDIÊNCIAS PÚBLICAS DA PMF EM 2014


O Plano Diretor Participativo de Florianópolis – PDP, pode ser dividido, para efeito de análise, em três fases bem distintas: 1- A ‘fase democrática e participativa’ (dirigida por Ildo Rosa, que vai de 2006 até fins de 2008); 2- A fase da ‘interrupção e procrastinação’ patrocinada pelo 2º governo de Dario Berger (do início de 2009 até meados de 2012); e 3 – A fase do ‘rolo compressor’ patrocinado pelo atual governo Cezar Souza Jr. (que vai de abril de 2013 até o presente).
Esse conturbado processo durou mais de sete anos, arrastando-se por três mandatos de Prefeitos, cinco Superintendentes do IPUF e quatro Ministros do Ministério das Cidades, o que, por si só, é um verdadeiro escândalo, imaginando que a cidade viveu sob a égide da mais promíscua especulação imobiliária durante todo esse tempo. De fato, como se pode concluir, a fase verdadeiramente democrática e participativa do PDP, coerente com o Estatuto da Cidade, foi a primeira – de fins de 2006 até fins de 2008. De lá até hoje, o que se viu foi um festival de ‘faz de conta’, de maquiagem democrática e participativa que, infelizmente, continua a todo vapor.
Para cumprir promessa da campanha, Cezar Souza Jr. driblou a legislação pertinente, particularmente o Estatuto da Cidade (EC); ignorou por completo a função do Núcleo Gestor Municipal, colegiado que deveria ter, por imposição legal do EC, as rédeas do processo, tornando-o mero ator passivo sem qualquer poder de deliberação; escondeu os mapas de condicionantes ambientais exatamente como fez Dario Berger, e, por último, impôs um tratamento inusitado ao caráter participativo ao promover reuniões nas comunidades para auscultá-las sobre o pré-projeto em elaboração.
Assim, valendo-se desse ‘pacote malino’, o atual governo municipal ignorou totalmente o processo deliberativo acontecido entre 2007 e 2008, período no qual as Audiências Públicas Distritais definiram as diretrizes e inúmeras demandas comunitárias.


A bateria de ‘reuniões/assembléias’, acontecidas no segundo semestre de 2013 foi um autêntico ‘jogo de faz-de-conta’, propositalmente esculhambadas para promover um cenário onde imperava a solução de quem ‘falava mais alto no salão’. Foi a forma de driblar as bases comunitárias organizadas em torno dos Núcleos Distritais na primeira fase do PDP, os quais certamente ofereceriam alguma resistência a ‘qualquer projeto’ proposto pelo Poder Executivo.
O que se passará agora nessas audiências públicas parece ser a repetição daquele ‘ensaio’ feito em agosto de 2013, onde imperaram as propostas dos indivíduos por cima de diretrizes distritais, exaustivamente discutidas nas comunidades. Só que desta vez, sugere-se ‘retocar’ um projeto já votado e sancionado – fato consumado. Obviamente porque algo saiu errado. E muito errado, como já constatamos e certamente você também constatará.
Nós, que estivemos presentes em todos os momentos ao longo desse processo, numa incansável luta em defesa das comunidades e da natureza, da democracia participativa e da correta aplicação da legislação urbana, não podemos nos omitir nesse momento no qual estão em jogo antigas demandas comunitárias não contempladas na lei aprovada, além da correta aplicação da legislação ambiental, que, em inúmeros casos, é ignorada ou propositalmente maquiada na sua aplicação nos mapas de zoneamento ora apresentados ao público.


Essa consolidação dos mapas, recentemente concluída, ainda apresenta verdadeiras aberrações jurídicas, tais como zonear imensas áreas passíveis de urbanização em cima de áreas legalmente ‘non aedificandi’, as quais não podem acolher urbanização alguma, pois qualificadas como ‘APP’ pela legislação ambiental vigente. Agora pretende o Poder Executivo, tardiamente, consertar o que deveria ter consertado promovendo vetos às inúmeras emendas de vereadores que propuseram coisas assim em atendimento a seus próprios interesses políticos, especialmente no que tange as ‘OUC’ e as ‘AUE’, espalhadas por toda cidade.
Exatamente sobre essas áreas, muitas das quais equivocadamente zoneadas, e sobre outras reivindicações comunitárias não atendidas no zoneamento urbano pela lei do PDP sancionada, é que se concentrará nosso olhar durante essas discussões ora promovidas pelo Poder Executivo Municipal. Cabe salientar que essas reuniões são promovidas com a clara intenção de contornar o escandaloso ‘déficit legal’ que a PMF promoveu na reta final de aprovação do projeto no ano passado, objeto da Ação Civil Pública impetrada pelo MPF-SC reivindicando a realização das Audiências Públicas Distritais, de caráter deliberativo, antes de levar o projeto à Câmara Municipal, reivindicação esta que sempre foi apoiada por nós.
A par do ‘rolo judicial’ sobre esta questão ainda em curso, nós queremos que se cumpram específicas demandas comunitárias e, ao mesmo tempo, se consertem os equívocos apresentados nos mapas consolidados de zoneamento urbano.
 Florianópolis, julho de 2014                


VÍDEO DO COLETIVO NOSSA CIDADE- PLANO DIRETOR DE FLORIANÓPOLIS




sexta-feira, 2 de maio de 2014

Coletivo Nossa Cidade faz avaliação correta sobre o desfecho da Ação Civil Pública referente ao Plano Diretor de Florianópolis



Coletivo Nossa Cidade faz avaliação correta sobre o desfecho da Ação Civil Pública referente ao Plano diretor de Florianópolis: 

Prefeitura de Florianópolis derruba liminar que determinou realização de novas audiências do Plano Diretor

E na continuidade da participação de fachada, o prefeito Cesar Souza Jr acompanhado de Dalmo Vieira, atacam novamente com "reuniões" com as 13 comunidades para "discutir" o plano diretor.

Cesar Souza Jr e Dalmo: Coletiva hoje às 15h na prefeitura: realização de 13 reuniões nas comunidades sobre PD

30 de abril de 20148
A Desembargadora Federal Marga Inge Barth Tessler, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), acaba de suspender a decisão da Justiça Federal de Florianópolis que havia determinado a realização de novas audiências públicas para debater o Plano Diretor aprovado no início do ano pela Câmara de Vereadores.
A magistrada acatou os argumentos da Procuradoria-Geral do Município e entendeu que a houve “invasão à competência legislativa municipal” na decisão da Justiça Federal de Florianópolis. Em seu recurso, a Prefeitura ainda demonstrou que o Plano foi exaustivamente debatido com a comunidade e que sua aprovação na Câmara atendeu a todos os requisitos legais.
Com a decisão, o Plano Diretor volta a valer na sua integralidade, afirmou o procurador-geral Julio Cesar Marcellino Júnior.

Dura nossa realidade...
Mas vale reler os belos trechos da decisao da AÇÃO CIVIL PÚBLICA Nº 5021653-98.2013.404.7200/SC assinada por Marcelo Krás Borges a 18/11/2013

"O MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL ajuizou a presente ação civil pública contra o MUNICÍPIO
DE FLORIANÓPOLIS E UNIÃO FEDERAL, com o objetivo de determinar o trancamento da
tramitação, apreciação e votação do Projeto de Plano Diretor pela Câmara de Vereadores desta Capital, bem como sua sanção pelo Prefeito, ou caso tarde a ordem judicial, sejam suspensos os efeitos de tais atos. Requereu, ao final, fosse tornada definitiva a medida liminar, até que novo projeto de Lei seja encaminhado à Câmara, desta vez atendendo às exigências legais da participação popular efetiva, na forma preconizada pela Lei e regulamentos federais e municipais (decretos desrespeitados).
Afirma que a presente ação tem por objetivo obter obrigação de fazer dos entes públicos réus, qual  seja a adoção de medidas para concretizar a obediência às regras da Constituição Federal e da Lei 10.257/2001 - Lei do Plano Diretor -, através de providências para que a população de Florianópolis, através de seus legítimos representantes especialmente eleitos para o procedimento - Núcleo Gestor do Plano Diretor e Núcleos distritais - e em audiências públicas suficientes (pelo menos uma em cada um dos núcleos distritais estabelecidos pelo próprio Poder Executivo), sejam devidamente ouvidos e tenham suas sugestões e encaminhamentos considerados e efetivamente analisados, paralisando-se até lá a análise e a deliberação na Câmara de Vereadores, haja vista a necessidade ao princípio da participação informada. Juntou documentos
...
Preliminarmente, devem ser afastadas as preliminares agitadas pelo Município de Florianópolis.
Primeiramente, o Ministério Público Federal deve ser salientado possui a atribuição de defender o meio ambiente na esfera federal. Com efeito, entendo que a discussão sobre o Plano Diretor não se trata exclusivamente de interesse local, eis que o Município de Florianópolis possui inúmeras Reservas Federais e terrenos de marinha, que diariamente são alvos de ocupações irregulares e crimes ambientais que são discutidos nesta Vara Federal.
Com efeito, existem inúmeras ações civis públicas tramitando nesta Vara Federal que tratam justamente sobre a ocupação desordenada de áreas de preservação permanente em terras de marinha, eis que o Município tem considerado tais áreas de interesse turístico ou de lazer, desrespeitando as leis federais que protegem o meio ambiente.
Neste sentido, vislumbro que existe interesse do Ministério Público Federal em exigir o efetivo cumprimento da legislação federal ambiental, especialmente o Estatuto das Cidades, que é uma norma federal que deverá ser seguida por todos os municípios. É que o fiel cumprimento da legislação federal poderá evitar o ajuizamento de inúmeras ações civis públicas na esfera ambiental nesta vara federal, prevenindo-se a invasão de áreas de preservação permanente ou a realização de obras que tragam prejuízos para as várias reservas federais existentes neste Município.
De outra parte, a participação da União no feito é essencial, pois a ocupação de áreas da União tem ocorrido com freqüência e gerado inúmeros conflitos, que poderiam ser resolvidos previamente se houvesse uma atuação preventiva por parte do ente público federal. A confecção de um novo Plano Diretor sem a participação efetiva da sociedade acabaria por gerar mais conflitos ambientais, já que o Ministério Público Federal representa a sociedade na esfera federal. Em não sendo ouvida, a população poderá se insurgir no futuro com novas ações civis públicas ajuizadas pelo Ministério Público Federal. Desta forma, cabe à União orientar e fiscalizar o estrito cumprimento do Estatuto das Cidades, eis que é obrigação do Ministério das Cidades o fornecimento de auxílio aos municípios no sentido de que haja um meio ambiente sadio, com respeito ao princípio da dignidade humana. Com efeito, o Ministério das Cidades possui a Secretaria Nacional de Mobilidade Urbana, com o objetivo de orientar os Municípios a promover a reforma urbana. Assim, existe uma Política Nacional de Desenvolvimento Urbano que é incumbência do Ministério das Cidades, cabendo ajudar e orientar os municípios. As Conferências Nacionais das Cidades foram realizadas pela União justamente para discutir estratégias com o objetivo de construir o Sistema Nacional de Desenvolvimento Urbano (vide a Conferência Municipal da Cidade de São Paulo). Assim, é competente a Justiça Federal para a apreciação do feito, já que o Ministério das Cidades participa diretamente da orientação e fiscalização das Políticas Urbanas das grandes cidades, tal como Florianópolis.
...
De outra parte, os documentos juntados pelo Ministério Público Federal com a petição inicial demonstram que efetivamente não houve efetiva participação da sociedade na formulação de propostas, eis que as comunidades envolvidas não tiveram a oportunidade de discutir e formular propostas para a criação do novo Plano Diretor.
Com efeito, já em 2008 e 2009, a União Florinopolitana de Entidades Comunitárias UFECO já reclamava da ausência de consulta às comunidades dos bairros de Florianópolis (evento 1, carta2). Tal documento já comprova inicialmente que não havia vontade do antigo Prefeito de possibilitar a efetiva participação das comunidades envolvidas.
Deve ser salientado que as audiências públicas realizadas foram apenas realizadas formalmente, não proporcionando a efetiva participação da comunidade. É que não basta apenas realizar as audiências. É preciso fornecer a pauta e possibilitar a consulta ao material que será discutido na audiência, para que a comunidade possa discutir e propor sugestões com antecedência.
O documento ata13 do evento 1 comprova inequivocamente que as audiências públicas foram realizadas às pressas, impossibilitando a efetiva participação da sociedade. Com efeito, a realização de audiências públicas distritais seria indispensável para a possibilitar o oferecimento de propostas e estudos mais aprofundados sobre o Plano Diretor. A participação da sociedade não pode se resumir na simples realização de audiência pública, sem que seja possibilitada a efetiva realização de propostas através de estudos prévios aprofundados.
...
Assim sendo, a impossibilidade de debates prévios e consultas aprofundadas sobre o novo Plano Diretor acaba acarretando na sua inconstitucionalidade, como ensina o eminente Professor Toshio Mukai:
'Antes de mais nada, aspecto que fazemos questão de destacar acerca da elaboração dos planos urbanísticos diz respeito à participação efetiva da comunidade, conforme dispõe o Estatuto da Cidade em seu artigo 40, § 4º.
O dispositivo legal mencionado obriga o Poder Público municipal a garantir; no processo de elaboração e na fiscalização da implementação do plano diretor; a promoção de audiências públicas e debates com a participação da população em geral e de associações representativas dos diversos segmentos da comunidade. Obriga, ainda, a publicidade dos documentos e informações produzidos, bem como o acesso de qualquer interessado.
Este preceito legal deve ser obrigatoriamente observado pelos Municípios. Sua constitucionalidade reside no fato de que cada uma das obrigações acima referidas encontra respaldo, no próprio texto constitucional: as audiências públicas e a participação da comunidade na formulação e fiscalização da execução do plano encontram fulcro no princípio da democracia participativa (artigo 1º e parágrafo único da CF) e no artigo 29, XII, da Lei Maio”...

quarta-feira, 9 de abril de 2014

MANIFESTO DE FUNDAÇÃO - EVENTO DE FUNDAÇÃO


UM NOVO COLETIVO PARA DISCUTIR A CIDADE E A REGIÃO METROPOLITANA

Em evento público realizado na noite do dia 15 de abril, no Auditório da Faculdade de Arquitetura da UFSC, foi fundado o COLETIVO NOSSA CIDADE, grupo que congrega militantes moradores de todas as regiões da cidade e que, ao longo dos últimos anos tiveram participação destacada no processo do Plano Diretor Participativo, além de atuação em uma série de outros movimentos sociais.

Em clima bastante informal e descontraído, as pessoas falaram de suas experiências e expectativas em torno do trabalho do coletivo, sendo que já durante o evento várias pessoas convidadas confirmaram sua ‘adesão compromissada’ ao grupo. Esta é, aliás, a forma como ele pretende crescer – sólido e com qualidade, para que tenha vida longa, ao contrário de muitos grupos de vida efêmera que surgem a todo instante, especialmente no meio virtual.


O coletivo prepara previamente sua pauta para discussões a ser feitas em reuniões presenciais, sendo que a próxima será no dia 8 de maio, às 19:30h, na Sala dos Espelhos, na Faculdade de Arquitetura da UFSC.

MANIFESTO DE FUNDAÇÃO

Nos últimos anos nossa cidade vivenciou um inédito processo de discussão sobre o seu futuro. Por imposição legal do Estatuto da Cidade, embora tardiamente, em 2006 iniciou-se a revisão do Plano Diretor, que culminou com aprovação e sanção por parte do Poder Executivo Municipal somente no início deste ano. Este processo, que demandou mais de sete anos, foi premeditadamente tumultuado por golpes à democracia participativa perpetrados por sucessivos governos municipais, através de inúmeros desmandos legais de toda ordem. Não por acaso, o processo ainda permanece inconcluso, pois objeto de Ação Civil Pública ainda a ser julgada no âmbito da Justiça Federal.

O processo do PDP ‘fez escola’. Ele deixou inúmeras lições e um acúmulo de experiências que DEVEM SER resgatadas para alimentar as futuras discussões de planejamento urbano, nos inúmeros movimentos sociais debruçados sobre o tema em nossa cidade. Esta meta impõe-se para nós como uma NECESSIDADE.

É justamente o acúmulo produzido pelo riquíssimo processo sócio-político proporcionado pelo Plano Diretor Participativo, que o nosso grupo de articulação e pressão política tomará como ponto de partida para formular políticas públicas que se relacionem ao planejamento urbano de nossa cidade. Assim, analisará com atenção os desdobramentos regulatórios desencadeados pela nova Lei do PDP, de forma a apresentar propostas concretas para as dezenas de programas e planos nele contidos.

De outra parte, debruçar-se-á sobre os conflitos decorrentes das ilegalidades produzidas pelo novo projeto recém aprovado, além de pressionar pelo resgate de inúmeras demandas aprovadas pelas comunidades, de forma democrática e legítima na primeira fase do PDP, não incorporadas à lei recém sancionada.

Num cenário que indica já vivermos em meio ao colapso ecológico planetário, é impositiva a preocupação política com o meio ambiente, que se traduz através da irredutível defesa da natureza, a diversidade biológica, assim como a tudo o que faz relação direta ou indireta com o tema. Tomaremos esta premissa como um princípio básico para analisar e formular propostas sobre o planejamento urbano, atentos aos limites de crescimento econômico e à expansão urbana, e ao fato de grande parte da população da cidade viver sobre uma ilha oceânica.

Nesse contexto, a produção e o consumo de energia, o uso das águas e saneamento básico, assim como as áreas reservadas para a manutenção da diversidade biológica, são vetores imprescindíveis nas equações que darão suporte às nossas propostas. Algumas consagradas em leis, delas não abriremos mão. E na resistência para evitar retrocessos, trabalharemos para que elas recebam aprimoramentos, inovações e ampliações.

Associada a esta questão, coloca-se a discussão em torno do modelo hegemônico de cidade reinante no mundo atual, que se caracteriza por uma virtual padronização estética e funcional, caracterizada por signos, marcas e apelos mercadológicos, próprios do mercado de consumo frenético de bens, atributos que qualificam a ‘cidade mercado’.

Por outro lado, no que diz respeito à gestão pública, vimos consolidar-se nos últimos anos um modelo de democracia em nosso país que, na melhor das hipóteses pode ser considerada uma ‘democracia de fachada’, que não é exclusividade brasileira e que mais parece ser um padrão global, cenário no qual grande parte da população vive alijada das discussões de políticas públicas que lhe afeta. O ‘planejamento urbano’, por remeter a muitas questões vistas como ‘técnicas’ e que apontam para horizontes longínquos, é uma questão que, no contexto brasileiro, historicamente se ressente de efetiva participação popular. A primeira fase do PDP, entre 2007 e 2008, proporcionou a milhares de florianopolitanos um riquíssimo e inédito ambiente de discussão sobre o futuro da nossa cidade. Este período é que de fato pode ser considerado participativo conforme determina o Estatuto da Cidade.

A ‘personalidade’ do nosso grupo está ligada a uma compreensão de organização que imprime horizontalidade em seu funcionamento, que não dispõe de hierarquia interna, que trabalha com noção de objetividade e praticidade. De outra parte, mantendo absoluta autonomia política em relação aos partidos, aos parlamentares, às instituições civis e ao aparato do Estado, condição sine qua non para a sua independência de ação. Isto sem perder de vista a importância do aprofundamento científico, da pesquisa e tudo que diz respeito às contribuições oriundas da academia, dos centros de pesquisa, do conhecimento popular e das organizações sociais, estes últimos, via de regra, sempre colocados em segundo plano ao se tratar do tema planejamento urbano.

Estes quesitos, amalgamados com o compromisso político, combatividade e criatividade demonstrada ao longo do processo do PDP por parte deste grupo de lideranças que o assina, e que se soma a inúmeras experiências paralelas e concomitantes, dão a certeza que se inaugura um novo ambiente de discussão política e ecologicamente salutar para nossa cidade.

O futuro nos pertence, pois é construído hoje, aqui, agora em todas nossas ações. É o que podemos deixar para as futuras gerações.

VIDA LONGA AO COLETIVO NOSSA CIDADE !
Florianópolis, abril de 2014
Endossam:

Ataíde Silva
Fernando Matos Rodrigues
Gert Schinke
Hamilton Garcez
João Manoel do Nascimento
Julionir Andrighetti – Vermelho
Luiz Alfredo Carpeggiani
Paulo Rizzo
Raquel Camargo Macruz
Ruy Antônio Pures Alves